Pessoas inteligentes e idiotas e o que elas falam
Segundo
Leonardo Lang:
É mais importante dar atenção à música do que ao modelo do auto-falante: muita gente inteligente já falou algo idiota, assim como muita gente idiota já falou algo inteligente.
Isso é fácil de ver através de um modelo probabilístico: digamos que fulano A seja muito inteligente e fulano B seja muito idiota. Então A tem 80% de chance de dizer algo inteligente quando fala, e B tem 80% de chance de dizer algo idiota.
Mas isso é para apenas um pronunciamento. A probabilidade de A dizer algo inteligente é 0,8; se forem 2 pronunciamentos, a probabilidade de ambos serem inteligentes é de 0,8 x 0,8 = 0,64, ou 64% de chances. Para n pronunciamentos, com n grande, essa probabilidade de que todos sejam inteligentes cai rapidamente e o sujeito acaba dizendo algo idiota.
A mesma conta vale para o fulano B: eventualmente a probabilidade que n pronunciamentos seguidos sejam estúpidos é tão pequena que ele fala algo inteligente, e aí todo mundo olha pra ele daquele jeito "fulano B disse isso mesmo? será que ele anda lendo, tá ficando mais inteligente?" e logo depois ele fala alguma imbecilidade de novo e todo mundo pode pensar "ah não, foi só uma anomalia estatística".
O primeiro turista chapa-branca brasileiro no espaço
Audaciosamente indo onde nenhum turista brasileiro jamais esteve. Ainda mais patrocinado pelo Estado.
E é ano de Copa...
Não é um assunto que eu costume falar por aqui, mas
a virada de Daigo Umehara em cima de Justin Wong é um dos melhores momentos esportivos que eu vi nos últimos anos.
Comentários desconectados
Sem muito saco para escrever, então decidi comentar publicamente algumas coisas que deu vontade de comentar publicamente. Ser blogueiro tem dessas vantagens, a gente pode comentar qualquer besteira aos quatro ventos, queiram ou não ouvir.
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O apocalipse se anunciou com o toque da sétima trombeta do sétimo anjo na sexta-feira de manhã. E não foi sonho. Mas fazer o canal até que foi totalmente indolor. E a dor de dente tomou doril.
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Via
De Gustibus eu conheci essa editora verdadeiramente salva-vidas, um repositório de técnicas práticas para os momentos de necessidade, a
Paladin Press. Por exemplo, no caso do seu avião cair no meio da neve e o resgate demorar, não há motivo para desespero. A chave para esta situação está no livro
Canibalismo Contingencial ("inclui receitas!"). Um outro é extremamente útil para quem vive em meio à guerra urbana moderna, seja no Rio de Janeiro ou em Recife; acho que vou pedir o meu. O título é
MORTO OU VIVO: A ESCOLHA É SUA. Ainda tem outros interessantes, como
Faça Você Mesmo Sua Sub-Metralhadora e o e-book
Assassino de Aluguel: Um Manual Técnico. Diversão para toda a família.
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Nicholas Carr é um cara meio do contra, uma voz dissonante no ôba-ôba dos blogs sobre tecnologia.
Neste post ele comenta o post de outro sobre o MySpace, que é o Orkut que fez sucesso com os americanos (já que eles fugiram do Orkut quando os brasileiros começaram a se comportar como neandertais verde-amarelos). Em um ponto Carr diz que enquanto alguns se chocam e outros se maravilham com o MySpace, ele não vê nada disso. Nas suas próprias palavras:
O que eu vejo é uma uniformidade temerosa, uma interconexão vasta de partes intercambiáveis. Tudo parece de segunda mão: as poses de garanhão e gostosona na frente da câmera do celular, a prosa desencontrada e cheia de clichês nos blogs. É triste ver tanto esforço empregado com auto-expressão com tão pouco o que expressar.
E eu pensei que isso resume muito bem o que eu sinto quando vejo fotologs e o Orkut. Acho que é a idade.
Sonhos e tomates
Meus sonhos são freqüentemente apocalípticos. Desde que eu assisti aos vários Globo Repórter na década de 80 falando sobre uma possível guerra termonuclear global, a idéia do fim do mundo me persegue. Já tive sonhos em que William Bonner narrava o fim do mundo no Jornal Nacional.
Tem os de zumbis também que não são tão apocalípticos mas são legais. Eu realmente sonho que estou em um filme de George Romero. Enquanto eu estou no sonho a coisa não é tão legal, claro.
O de hoje foi uma invasão de tomates assassinos alienígenas. Mas não
aqueles tomates assassinos que rolam por cima das pessoas. Esses cresciam apenas na água, mas muito rápido; lembro que eu olhava um garrafão de água e em segundos ele já estava todo infestado com esses tomates invasores. E a água ficava inutilizada depois disso, quem bebesse dela morria. Em pouco tempo os oceanos terrestres e toda a água potável estavam infestados; sem água disponível, a vida na Terra tinha se tornado impossível.
Nesse ponto o que restou da humanidade se reúne ao redor do rio Tietê, que de tão poluído não foi infestado pelos tomates. E aí eu não sei mais o que aconteceu porque eu acordei.
Lei número 1 do hype e do anti-hype
Não gostar de alguma coisa (banda, filme, livro, etc) por causa de hype é tão idiota quanto gostar da coisa apenas pelo hype.
Os nomes, essa diversão que não acaba
Outro dia vi a notícia "Abraham Lincoln assume no TRE-PB" e claro que o primeiro pensamento é que honra que tão importante estadista esteja aqui entre nós trabalhando no serviço público.
Aqui no Brasil poderíamos fazer convenções de gente famosa que se esconde por aí pelos rincões esquecidos do país. Gente como Lincoln, Kennedy, George Washington. Sem falar das celebridades como Michael Jackson. Tem até Hitler.
Na longínqua época em que eu fazia terceiro ano, tinha um carinha que olhava os carros no estacionamento, e sempre estava lá na hora da saída. Como ele era mais ou menos da mesma idade, o pessoal do colégio fez amizade fácil com o cara, e sempre tinham as conversas que ele participava enquanto alguns esperavam os pais virem buscar e outros ficavam lá matando tempo. Um dia o carinha disse que se chamava Hitler. Sim, porque antes todo mundo conhecia ele por algum apelido que eu não lembro, ah faz tanto tempo. E todo mundo ficou, deixa de onda cara, que história é essa.
Aí uns dias depois ele trouxe a identidade, e eu lembro que me juntei ao redor junto com um monte de gente para olhar. E o nome dele estava lá, Adolf Hitler de Alguma Coisa.
E enquanto eu pensava e refletia achando isso engraçado e mais gente se chegava para ver a carteira, ele ainda completa: "E tem mais: meu irmão se chama Mussolini".