Onde eu provo cientificamente que quem lê este blog é mais inteligente que a média
Ia escrever um post longo, chato e mal-humorado sobre a ciência (e pseudociência) das diferenças de gênero, assunto em moda, mas passou o tempo e perdi a vontade. Ficam então os leitores com um post ainda chato e mal-humorado -- mas ao menos mais curto.O caso é que a divulgação da ciência não anda bem, e se mistura no meio muita coisa que se auto-declara ciência sem muito fundamento. O jornalismo científico já é péssimo em qualquer lugar do mundo, mas como se isso não bastasse ainda vêm os próprios cientistas -- ou gente que não merece tal classificação -- disparar sandices ao vento sem a menor comprovação. E a verdade é que quase ninguém verifica, nem deveria se esperar, que as pessoas normais têm mais o que fazer. Só digo isso: desconfie de tudo, de qualquer coisa que se apresente como ciência nos meios de comunicação. Desconfie triplamente se o assunto for algo ligado a psicologia, diferenças entre homens e mulheres, comportamento, e arredores -- a maioria do que sai sobre isso é mal relatado ou simplesmente infundado.
E um último conselho: resista bravamente, com todas as forças humanas e sobrehumanas, a começar uma frase com "Está cientificamente provado que...", a não ser que tenha muita certeza do que significa dizer isso e quais são as evidências que dão suporte ao que vai dizer. "Vi numa revista" não serve, nunca.
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