domingo, agosto 20, 2006

Duas respostas

Como não tem o que postar mesmo, vou responder a dois comentários do post passado. Concordo com Bruno que seria melhor colocar exemplos específicos e recentes, e a idéia inicial era mencionar vários links relacionados a um acontecimento recente, mas fiquei com preguiça e o post ia ficar muito longo, então cortei. A quem interessar possa, este post (e também este) no Language Log discute sobre algumas afirmações no livro The Female Brain de Louann Brizendine. Entre outras coisas, ela afirma que mulheres falam cerca de 250 palavras por minuto, enquanto que os homens apenas 125, sem citar nenhum estudo científico que corrobore esses números. Procurando na literatura especializada, o autor do post viu números consistentemente iguais para taxa de locução de homens e mulheres, com uma pequena mas significativa diferença indicando que os homens falam mais rápido (embora pouco).

Havia mais links, mas não sei mais onde estão. As pesquisas que são divulgadas geralmente servem ou para fazer com que o leitor se sinta superior -- "cientistas provam que nós mulheres somos fodonas" em uma revista feminina -- ou concorda com algum preconceito vigente -- ex.: "cientistas provam que mulheres estacionam pior que homens".

Ailton mandou um link que tem a ver com uma discussão açaística, sobre a percepção de cor das mulheres. É engraçado que o título para o artigo em português é Mulheres percebem mais cores que os homens, mas o título do artigo no site da universidade que fez a pesquisa é Men and Women May Literally See the World Differently, ou seja "homens e mulheres podem ver o mundo de forma diferente". Essa mudança do potencial para uma afirmação é típica. A pesquisa também indica grandes variações na percepção de cor entre os homens, que só algumas mulheres podem ter essa percepção maior da cor, e que mesmo assim essa melhoria só acontece no espectro entre vermelho e laranja.

Não é que eu ache que não existam diferenças entre os gêneros, mas que o assunto é mal cuidado e geralmente cai mais em idéias pré-concebidas do que em fato científico.