quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Um comentário comum e sua semântica

Você se inspirou em pessoas/acontecimentos reais para criar esses personagens/histórias ? = Fala sério, você não é tão criativo assim, tu tirou isso de algum lugar, não foi ?

Estudo de caso: há quem diga que Tolkien não criou a Terra Média. Ele na verdade praticava projeção astral, e em algumas dessas viagens foi parar num plano que é a Terra Média. Então foi só transcrever os detalhes que aprendia por lá, quando o espírito dele dava uma passeada, e pronto: voilà, Senhor dos Anéis ! Fala sério, Tolkien, ninguém consegue criar isso tudo do nada, tu tirou isso de algum lugar, não foi ?

Exercício para casa: Pesquisar sobre os malucos que sustentam que Sherlock Holmes e Watson foram pessoas reais, e Conan Doyle apenas transcreveu suas aventuras.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Detalhes do DVD: Alexandre em 1 minuto

Extras:

  • Oliver Stone comenta a atuação de Angelina Jolie: "É perfeita, uma das melhores do filme. Já viram um grego da Antiguidade falando inglês ? É exatamente daquele jeito..."

  • Cena deletada:

CENA 1 - Exterior, Dia

Ptolomeu está acompanhado de escribas e outros puxa-sacos. Ao fundo, o Farol de Alexandria aparece, embora na real ele tenha sido terminado muito depois da morte de Ptolomeu I. Ptolomeu fala, lentamente, uma série de platitudes meio óbvias e pouquíssimo interessantes sobre Alexandre. A cena se arrasta. O ator pode improvisar seu monólogo.

Comentário de Oliver Stone: "eu pensei em incluir esta cena para representar os monólogos de Ptolomeu nesta edição do minuto, mas só ela já estoura o tempo máximo e não avança em nada a história. Aí me dei conta que as cenas com Ptolomeu/Anthony Hopkins não servem para nada no filme e são completamente descartáveis..."


Na contracapa

"É a melhor versão do filme de Oliver Stone. Continua sendo uma droga, mas pelo menos é curto." Jay Sherman

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Alexandre em 1 minuto

Desolados pelo massacre da crítica, e pela total falta de indicações para as premiações mais interessantes, os produtores do filme Alexandre decidem fazer uma versão ultra-compacta para concorrer no festival do minuto. Confira na íntegra o roteiro da nova versão.

CENA 1 - Quarto da mãe de Alexandre, Interior, Noite

A Mãe de Alexandre fala com um sotaque estapafúrdio.

[Mãe de Alexandre] Aleksandrê, vossê fai sser grrrandê !!!


CENA 2 - Exterior, Dia

Aristóteles expoe seus ensinamentos racistas. Alexandre e Hefestião trocam olhares apaixonados.


CENA 3 - Um anfiteatro qualquer. Exterior, Dia

Os macedônios estão reunidos para comemorar o aniversário de Felipe, pai de Alexandre. Felipe chega no palco do teatro e é morto. Alexandre se aproxima do corpo do pai e faz, pela primeira vez, a versão final da cara de choro que ele repetirá durante boa parte do filme.


CENA 4 - Palácio real na Babilônia. Interior, Dia.

Alexandre e seus generais comemoram a conquista. Enquanto as esposas de Dario se colocam à disposição do novo rei, Alexandre troca olhares luxuriosos com o eunuco Bagoas.


CENA 5 - Exterior, Dia.

Alexandre e Ptolomeu se encontram no alto de uma montanha, ante um paredão de montanhas mais altas; ambos com casacos pesados. Neva. Alexandre faz a cara de choro padrão.

[Alexandre] Eu quero ver o fim do mundo !


CENA 6 - Exterior, Dia.

Casamento de Alexandre e Roxane. Cenas de dança oriental que lembram O Clone. Alexandre e a noiva estão na parte principal da celebração, quando o sacerdote abençoa sua união.

Corta para

CENA 7 - Quarto de Alexandre. Interior, Noite.

Cena de sexo obrigatória. Apesar de ter passado o filme trocando olhares apaixonados com Hefestião e olhares de luxúria com Bagoas, Alexandre participa na única cena de sexo do filme com sua mulher. Enfim: o quarto está iluminado parcamente (luz sensual de cena de sexo), cheio de tecidos e outros aparatos exóticos para dar a medida da sensualidade da cena. Alexandre e Roxana estão deitados na cama, nus, com Alexandre por cima. Bem, você entendeu.

Corta para

CENA 8 - Campo de batalha em algum lugar a caminho do fim do mundo. Exterior, Dia.

Alexandre tem um piripaque e, montado a cavalo, tenta atacar um elefante, mas leva uma flechada e cai ao chão. Nessa parte fica tudo vermelho, o que no filme original era um artifício para tentar acordar o espectador que a essa altura já estaria de saco cheio.


CENA 9 - Algum palácio genérico. Interior, Dia.

Hefestião está em seu leito de morte, ninguém sabe se por doença ou envenenamento. Nem morrendo ele ganha um beijinho de Alexandre.


CENA 10 - Palácio Real na Babilônia. Interior, Dia.

Alexandre está morrendo, mas é um momento de grande felicidade pois indica que o filme está acabando; o próprio Alexandre está muito bem, chapado, viajando e conformado com seu destino. Os generais e sua mulher discutem quem vai sucede-lo. O anel de faraó cai da mão de Alexandre após seu último suspiro. O suspiro é bem audível, para indicar aos que não entenderam a versão original: o sentido de fazer o espectador ficar entediado por 3 horas é traçar um paralelo com o sofrimento de Alexandre, que sofria pressão de todos e dele mesmo. O suspiro final de Alexandre é, portanto, ecoado no suspiro dos espectadores do filme, que finalmente se sentem aliviados pelo fim do tédio; nesta sinergia com o personagem principal reside a genialidade do filme. (ok, acho que nem o próprio Oliver Stone levaria essa desculpa a sério).

FIM

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Big Brother is watching...

Em um cruzamento perto de onde eu moro tem uma câmera, colocada lá para fotografar carros que invadem a faixa de pedestre ou passam o sinal vermelho. De vez em quando dá para ver, de longe, o flash clareando por um instante a rua na sua melancólica iluminação de vapor de mercúrio.

Dia desses passei na perpendicular à rua que tem a câmera e - juro, juro - ela olhou para mim e me seguiu com o olhar.

sábado, fevereiro 12, 2005

Pequenos Conselhos para Grandes Debates

A não ser que se queira passar a vida toda comentando sobre quem saiu no último paredão do BBB ou que celebridade casou com/traiu/beijou/se separou de outra, é inevitável que se caia em alguma discussão que tome rumos filosóficos. É melhor estar preparado para tais debates desde cedo, e daí a motivação por trás destes pequenos conselhos.

Desta vez é a hora de falar de Nietzsche. Impossível que o nome dele não apareça se alguns debatedores são adolescentes; muitos mal o leram ou não entenderam o pouco que leram. Imagino que se o próprio bigodudo não aprovaria ser ídolo dos nazistas, a adoração dos adolescentes neste início de século lhe seria ainda mais dolorosa. "Mil raios, preferia muito mais os nazistas!", ouço-o dizer do túmulo.

Aqui é fácil, deve-se simplesmente dizer: "não discuto Nietzsche com idiotas". A verdade é que uma pessoa sensata não vai discutir Nietzsche com ninguém, mas dizer que a restrição é só com os idiotas dá um toque todo divertido ao colorido da disputa intelectual em questão.

Aproveitem mais este pequeno conselho, e até a próxima.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Ressaca de Natal

- Hm... que horas são ?

- Bom dia, voz de túmulo, são 12:42.

- Meu cérebro foi sodomizado por uma horda de bestas infernais...

- Tem certeza que foi só o cérebro ?

- É... não lembro de ter invocado nenhum demônio ontem à noi... - ei, o que esses pingüins estão fazendo na geladeira ?

- Eles trouxeram mais vodka ontem, quando nossa bebida já estava acabando. Não deu para negar.

- Ah sim... boa vodka, pelo que me lembro. Você viu o Rei Momo passando à noite, no trenó puxado pelas mulatas e pelo carlinhos-de-jesus ?

- A mulata do nariz vermelho ?

- Sim, claro; não poderia ser outra. E não me espanta que você não tenha visto nada. Soube que houve elfos aqui ontem a noite, não é verdade ? Que atração é essa que você tem por eles ?

- Eles são pequenos e trabalham muito bem em conjunto; toda mulher adora. Já você gosta de anjos, as loiras peitudas de preferência. Alguma delas esteve por aqui ?

- Nessa época ? Difícil, não é carnaval nem nada...

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Das palavras

Na verdade só de uma.

Alguém que use o adjetivo maroto em um texto só pode estar brincando. Ou é um péssimo tradutor. Uma terceira opção conciliadora seria um tradutor ruim com inclinações ao humor negro.

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

A que ponto chegamos...

Vale tudo no amor e na guerra, pois não ? Eis que os iraquianos seqüestram um Falcon gigante (ou Comando em Ação, se você for mais novo). E mandam uma foto para os americanos ameaçando pela segurança do boneco.

Parece que o talento dos muçulmanos radicais é fazer ataques com carros-bomba, homens-bomba, mulheres-bomba, crianças-bomba e similares, todas envolvendo missões suicidas. Mas para sequestrar um soldado seria necessário que pelo menos um dos seqüestradores voltasse vivo, e aí é um problema para quem só sabe treinar kamikazes. Conhecendo suas limitações, os muçulmanos primeiramente se deram a seqüestrar civis indefesos.

Agora a novidade é seqüestrar bonecos. Imagine as próximas iniciativas: "estamos com a Barbie, e não nos responsabilizamos pelo que os nossos soldados vão fazer com ela !" Ou uma foto mostrando um paredão de fuzilamento cheio de bonecos playmobil. Na Internet aparecerão fotos de bichos de pelúcia mutilados, veiculadas em emails cheios de avisos "atenção !!! conteúdo forte, não abra se não tiver estômago".

Depois, quem sabe, os iraquianos poderiam se dedicar ao seqüestro de personagens de desenho animado. Meu voto para primeiro alvo é o Bob Esponja, eu nunca gostei daquele bicho mesmo.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Onde você esconde seu racismo ?

Se um repórter de TV vier lhe perguntar isso no meio da rua, o que dizer ? Conheça as 10 respostas que vão garantir que você não aparecerá na edição final.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Void

Estou sem idéias para postar. Quem manda me elogiarem ?