Notas cinematográficas
Eis que estou assistindo 8 Mulheres e, uns dez minutos ou mais de filme passados, uma das atrizes faz um movimento estranho, corre para outro lugar no cenário e começa a... cantar e dançar! Na mesma hora pensei, aliás, falei em voz alta mesmo: "nããããoooooooo!". Nada tinha me preparado para isso, nada. Não tinha lido nada sobre o filme, e na caixa do DVD eu não vi menção a músicas. Pode até ser que tivesse, mas passou batido. Não são oito mulheres? Então, uma música pra cada uma. E a maioria delas não canta lá muito bem. O horror, o horror.Mas vá lá, o filme até que não é ruim, depois de absorvido o choque. É lembrar que a história foi adaptada de uma peça de teatro, e não existe um compromisso com o realismo, por assim dizer. E as letras das músicas são interessantes, elas em poucos minutos dizem mais sobre as personagens do que todos os diálogos. E oito não são tantas assim, em um filme de bem uma hora e meia. E além do mais é um filme francês com oito atrizes famosas, então tem umas mulheres bonitas de se ver. Infelizmente nenhuma delas aparece pelada, mas não vamos condenar o filme por causa disso.
Mesmo assim, pelo amor de Kubrick, sugiro que coloquem nas caixas dos DVDs daqui em diante, bem grande, um AVISO: ESTE FILME CONTEM CENAS DE MUSICAL.
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Sobre Munique: será que Pedro Doria viu o mesmo filme que eu? "No filme, Spielberg resume todos os agentes do serviço secreto israelense, o Mossad, a um pequeno grupo." Não foi assim que eu vi.
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Não é só Fórum Social Mundial e Software Livre, o Brasil também inova na consciência social: nós fizemos cowboys gays muito antes que os gringos. Tá lá na coluna Gente Boa:
O ator José de Abreu, que faz o tonitroante Carlos Lacerda em “JK”, vem muy respeitosamente, em meio ao estardalhaço sobre o filme “O segredo de Brokeback Mountain”, requerer um título que julga lhe pertencer. Em 1980, dirigido por Carlos Hugo Christensen, filmou “A intrusa”, a história de dois caubóis gaúchos. Zé foi um deles. Com a desculpa da noite fria, os dois dormem juntos e acabam se beijando na boca. “Há 25 anos o Brasil já fazia filme de machão gay”, orgulha-se Zé, o primeiro de todos.
Pode até ser pró-gay, mas é totalmente estereótipo regional. Os gays são logo gaúchos.
(via De Gustibus Non Est Disputandus).
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